(Hb 12,18-19.21-24; Sl 47[48]; Mc 6,7-13) 4ª Semana do Tempo Comum.
“Mas vós vos aproximastes do monte Sião
e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste;
da reunião festiva de milhões de anjos;
...” Hb 12,22.
“Extraído
do primeiro parágrafo da última parte da Carta, o presente texto contrapõe à
experiência religiosa do antigo Israel, sintetizada no acontecimento da Aliança
(cf. Ex 24,3-8), a comunhão com Deus que caracteriza a Igreja, nova Jerusalém.
À mediação de Moisés, sucede a mediação de Cristo: à tempestade e ao fogo do
monte Sinai (cf. Ex 19,16.19; 20,18a), a visão de paz da cidade celeste; ao
antigo temor reverencial (cf. Ex 20,18a), a festa dos anjos e santos.
[Compreender a Palavra:] Há duas economias ou níveis de esperança que são
postos em paralelo na primeira leitura de hoje. O confronto entre a Antiga e a
Nova Aliança é, mais profundamente, um apelo a examinarmos as aspirações do
nosso coração, na nossa vida de fé. Por um lado, o texto sublinha o aspecto
tangível, clamoroso, altamente emotivo das imagens impressionantes do
acontecimento do Sinai: a referência é feita a um tipo de relação com Deus que
comove intensamente a alma, através de manifestações sensacionais do luminoso e
do sagrado. Por outro, a representação da Jerusalém celeste introduz, para lá
da emoção dos sentidos, na serenidade festiva do mundo transcendente. Daí
deriva a advertência quanto ao aspecto impressionante da experiência religiosa,
para sublinhar o valor espiritual da comunhão com o Deus vivo na comunidade dos
justos, tornados perfeitos pela imolação do verdadeiro Cordeiro: nela, todos e
cada um tornaram-se primogênitos, ou seja, propriedade particular de Deus, no
sangue inocente do Filho amado” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] –
Paulus).
Pe.
João Bosco Vieira Leite