Quinta, 06 de fevereiro de 2025

(Hb 12,18-19.21-24; Sl 47[48]; Mc 6,7-13) 4ª Semana do Tempo Comum.

“Mas vós vos aproximastes do monte Sião e da cidade do Deus vivo, a Jerusalém celeste;

da reunião festiva de milhões de anjos; ...” Hb 12,22.

“Extraído do primeiro parágrafo da última parte da Carta, o presente texto contrapõe à experiência religiosa do antigo Israel, sintetizada no acontecimento da Aliança (cf. Ex 24,3-8), a comunhão com Deus que caracteriza a Igreja, nova Jerusalém. À mediação de Moisés, sucede a mediação de Cristo: à tempestade e ao fogo do monte Sinai (cf. Ex 19,16.19; 20,18a), a visão de paz da cidade celeste; ao antigo temor reverencial (cf. Ex 20,18a), a festa dos anjos e santos. [Compreender a Palavra:] Há duas economias ou níveis de esperança que são postos em paralelo na primeira leitura de hoje. O confronto entre a Antiga e a Nova Aliança é, mais profundamente, um apelo a examinarmos as aspirações do nosso coração, na nossa vida de fé. Por um lado, o texto sublinha o aspecto tangível, clamoroso, altamente emotivo das imagens impressionantes do acontecimento do Sinai: a referência é feita a um tipo de relação com Deus que comove intensamente a alma, através de manifestações sensacionais do luminoso e do sagrado. Por outro, a representação da Jerusalém celeste introduz, para lá da emoção dos sentidos, na serenidade festiva do mundo transcendente. Daí deriva a advertência quanto ao aspecto impressionante da experiência religiosa, para sublinhar o valor espiritual da comunhão com o Deus vivo na comunidade dos justos, tornados perfeitos pela imolação do verdadeiro Cordeiro: nela, todos e cada um tornaram-se primogênitos, ou seja, propriedade particular de Deus, no sangue inocente do Filho amado” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).  

Pe. João Bosco Vieira Leite