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Sexta, 6 de junho de 2025

(At 25,13-21; Sl 102[103]; Jo 21,15-19) 7ª Semana da Páscoa.

“Tinham somente certas questões sobre sua própria religião e a respeito de um certo Jesus que já morreu, mas que Paulo afirma estar vivo” At 25,19.

“Agripa é testemunha da última grande apologia de Paulo: o Apóstolo dá testemunho não só diante dos governadores, mas também diante de um rei (cf. Lc 21,12 e At 9,15). O processo segue o modelo do processo de Jesus, o primeiro mártir: também o Mestre compareceu diante do procurador romano e depois perante Herodes Antipas (cf. Lc 23,4.14.22). De igual modo para Paulo temos três declarações explícitas da sua inocência (cf. At 23,29; 25,18.25). A história de Jesus continua na história do discípulo. [Compreender a Palavra:] Já passaram dois anos e Paulo continua preso. Festo aproveita a visita do rei Agripa e de Berenice para lhes expor o caso de Paulo, já que ele, como bom romano, não consegue compreender o motivo do ódio dos judeus. Ao resumir o desacordo entre o ‘prisioneiro’ e os judeus, o pagão Festo oferece-nos uma descrição que chega ao âmago do problema; trata-se de ‘discussões a respeito de um Jesus que morreu e que Paulo afirma estar vivo’ (v. 19). No centro da discussão e do debate está, portanto, o tema da ressurreição. Para um pagão ou para um estranho à esperança cristã – como os intelectuais de Atenas – a ressurreição dos mortos podia parecer só uma teoria extravagantemente mítica. Pelo contrário, na perspectiva cristã, a morte/ressurreição de Jesus é o centro, o coração da Boa Notícia. Festo reafirma a sua linha de conduta inspirada nos princípios do direto romano. Paulo, por sua vez, sabe aproveitar a oportunidade de que lhe é oferecida pelo direito: ‘apelou para que a sua causa fosse decidida pelo imperador’: v. 21. Paulo chegará a Roma graças ao seu apelo a César. E com ele, o Evangelho chegará ‘aos extremos da terra’ (At 1,18)” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite