(At 9,31-42; Sl 115[116B]; Jo 6,60-69)
“Muitos dos discípulos de Jesus que o
escutaram, disseram: ‘Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” Jo
6,60.
“A
obstinação dos adversários de Jesus chegou a contaminar os discípulos. O
linguajar acerca do alimento eucarístico parecia-lhes cada vez menos
compreensível. O simbolismo das palavras ‘carne, sangue, comer, beber, possuir
a vida’ etc., por não ter sido decodificado, não permitia que as pessoas
instruíssem o que Jesus realmente queria dizer. A situação agravou-se, quando
os próprios discípulos de Jesus começaram a se escandalizar com a linguagem do
Mestre. Não se pode ignorar, que eles vivam no mesmo ambiente cultural e
teológico dos adversários de Jesus. A superação de seus esquemas mentais não
era só uma questão de vontade ou de amizade com Deus. Era coisa muito séria. Os
discípulos eram convidados a abrir mão daquele universo teológico rígido e
contaminado por uma mentalidade demasiado estreita, para aderir à proposta de
Jesus. Esta foi a mesma exigência que o Mestre impôs aos seus adversários.
Muitos discípulos, incapazes de dar o salto qualitativo da fé, optaram
por afastar-se do Mestre, aliando-se aos seus adversários. Entretanto, os que
permaneceram foram também desafiados a fazer o mesmo. A intervenção de Pedro
foi fundamental para recolocar as coisas nos seus devidos lugares. Era inútil
correr atrás de outros mestres. Só em Jesus encontram-se palavras de vida eterna.
– Espírito de convicção, que eu me deixe convencer pelas palavras de Jesus, e
as escolha, na certeza de que, só nelas, conseguirei a vida eterna” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite