Páginas

Quarta, 28 de maio de 2025

(At 17,15.22—18,1; Sl 148; Jo 16,12-15) 6ª Semana da Páscoa.

“Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso disse que o que ele receberá e vos anunciará é meu” Jo 16,15.

“Neste texto a ação de Espírito é explicada em relação às três Pessoas Divinas: ao mesmo Espírito (v. 13), ao Filho (v. 14), ao Pai (v. 15). A conclusão dos três versículos é sempre a mesma: ‘há de anunciá-lo’. O Espírito, concedido aos crentes, agirá neles e auxiliá-los-á a compreender as antigas profecias. Assim o Espírito anuncia e abre para uma verdade diferente das que o ‘mundo’ propõe. O Espírito permite aos crentes penetrar na profundidade da Escritura na qual estão contidas, na linguagem dos homens, as palavras de Deus e da qual, segundo a bela expressão de São Gregório Magno, o homem pode ‘captar o coração de Deus’. Afirma a Dei Verbum, no número 12, que ‘a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo Espírito com que foi escrita’. É por isso necessário que os fiéis, com a sua vida, permitam verdadeiramente ao Espírito que fale. Esta atitude não tem nada de abstrato ou fantasioso, mas requer atenção aos acontecimentos concretos de cada dia, pedindo a Deus o dom do discernimento; requer oração, amor para com o próximo, o abandono da idolatria no tocante ao dinheiro e ao poder sobre os outros e, muito importante, a celebração da liturgia. Com efeito, a assembleia litúrgica é o lugar privilegiado para a escuta da Escritura. Nela Cristo está ‘presente na sua Palavra, pois que é Ele que fala quando na Igreja se lê a Sagrada Escritura’ (Sacrosantum concilium, 7). Tudo isto nos diz que para entrar na lógica nova de Jesus, para nos deixarmos instruir nisto pelo Espírito, temos diante de nós um caminho novo já marcado: a vida cristã diária e normal” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Quaresma - Páscoa] – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite