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Terça, 22 de abril de 2025

(At 2,36-41; Sl 32[33]; Jo 20,11-18) Oitava de Páscoa.

“Os anjos perguntaram: ‘Mulher, por que choras?’ Ela respondeu:

‘Levaram o meu Senhor e não sei onde o colocaram’” Jo 20,13.

“O pranto de Maria Madalena revela que seu relacionamento com Jesus era pouco consistente. A morte do Mestre significou para ela a perda de uma pessoa querida. Ele soube valorizá-la, ajudando-a a recompor sua existência esfacelada por experiências negativas. Isto bastou para ela nutrir por Jesus um amor cheio de gratidão. Uma sensação de vazio tomou conta do coração de Maria Madalena, quando veio a faltar-lhe este apoio humano. Diante do amigo morto, só lhe restava debulhar-se em lágrimas. Maria Madalena, contente com o que Jesus representava para ela, só deu um passo adiante na sua compreensão, quando defrontou-se com o Ressuscitado. A humanidade do amigo querido era apenas um aspecto de sua verdade. Ele era também o Filho enviado pelo Pai, cuja missão, na Terra, havia sido concluída. Agora, estava de volta para junto de quem o enviara. Ele era o Senhor. Discípulo algum tinha o poder de retê-lo para si, ou de apossar-se dele. O Mestre estaria junto dos seus discípulos, mas sem a limitação de tempo e espaço. Por conseguinte, Maria Madalena não tinha por que chorar. Ela teria sempre consigo o Senhor ressuscitado. A ressurreição devolveu-lhe, novamente a alegria. O Ressuscitado preencheu o vazio que a morte tinha deixado no coração dessa mulher. E o sentimento de perda foi superado por uma forma nova de presença do Mestre, mas interior e consistente. – Espírito de júbilo, que a alegria proveniente da ressurreição de Cristo me ajude a superar todo pranto causado pela frustração e pelo vazio da vida” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite