(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50) Bem-aventurada Virgem Maria do Carmelo.
“A minha alma engradece ao Senhor, e se
alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador” Lc 1, 46-47.
“Maria
é verdadeiramente ‘a honra e a glória do nosso povo’ (cf. Jd 15,9), honrada não
só pelos carmelitas, mas também por inúmeros fiéis espalhados no mundo inteiro,
como Rainha e esplendor do Carmelo. Sob este título, seu culto remonta os
primórdios da Ordem Carmelita. Liga-o a tradição à branca nuvenzinha avistada
no monte Carmelo enquanto o profeta Elias suplicava a Deus que pudesse fim a
uma longa seca. Naquela nuvenzinha semelhante ‘à palavra da mão de um homem’
(1Rs 18,44), que surgiu do mar e logo recobriu o céu de grossa nuvens
carregadas de chuvas, reconheceu-se uma figura da Virgem Maria. Ao dar ao mundo
o Salvador, foi portadora da vivificante água da graça. ‘Chova as nuvens o
justo’ canta a Igreja no Advento, retomando um versículo de Isaías (45,8). A
Virgem é bendita, toda santa e cheia de graça desde o primeiro momento de sua
imaculada conceição, a mística nuvem que deu ao mundo o Salvador. Comprazem-se
seus filhos em aplicar a Nossa Senhora do Carmo, juntamente com a Liturgia, o
cântico do profeta: ‘Muitíssimo me alegrarei no Senhor, minha alma exultará no
meu Deus, porque me revestiu com veste de salvação, cobriu-me com o manto da
justiça’ (Is 61,10). Tais palavras são como um prelúdio do Magnificat, o Canto
de Maria! Muito bem exprimem a gratidão da Virgem pelos privilégios com que a
ornou Deus, preparando-a para Mãe de seu Unigênito. Dela, de fato, como de um
jardim maravilhoso, ‘fará germinar a justiça’ (ibidem, 11), isto é, Jesus
bendito ‘tornado para nós... justiça, santificação, redenção’ (1Cor 1,30).
Maria não conserva só para si os dons insignes de que foi enriquecida, mas os
reparte com todos os homens; a todos deu seu Jesus, e a todos quer revestir com
suas ‘vestes de salvação’, com seu ‘manto de justiça’, ou seja, com a graça e a
santidade merecidas pelo Filho. Eis o significado do escapulário e do bentinho
de Nossa Senhora do Carmo, símbolos expressivos de sua obra materna em favor de
seus devotos que a escolheram por especial padroeira” (Gabriel de Sta. Maria Madalena,
OCD – Intimidade Divina – Loyola)
Pe.
João Bosco Vieira Leite