(2Cor 6,1-10; Sl 98[97]; Mt 5,38-42) 11ª Semana do Tempo Comum.
“Eu, porém, vos digo: não enfrenteis
quem é malvado! Pelo contrário, se alguém te dá um tapa na face direita,
oferece-lhe também a esquerda!” Mt 5,38-42.
“A
Lei do Talião – ‘olho por olho, dente por dente’ – não encontrou guarida no
ensinamento de Jesus. Aquele princípio legal havia sido importante para coibir
as arbitrariedades no caso de violência ilimitada, para fazer valer o direito.
E funcionava como mecanismo de controle da selvageria e do barbarismo, nas
relações interpessoais. Era um passo em direção às relações humanas
civilizadas. O discípulo do Reino submete-se a uma lógica diferente. Recusa-se
a entrar no jogo do malvado, de forma a desarticular, no seu nascedouro, a
espiral da violência. Responde o mal com o bem, não se valendo do que lhe
garante o direito. O direito de retaliação é substituído pelo princípio no
trato mútuo. A reação paradoxal que Jesus sugeriu aos discípulos, diante da
violência, tem uma finalidade concreta: mostrar as possibilidades extremas de
aplicação do seu ensinamento. Quem é movido por um amor incondicional ao
próximo, descentrando-se de si mesmo, será capaz de fazer gestos radicais para
coibir a violência, sem responder com a mesma moeda. O discípulo, na linha das
Bem-aventuranças, caracteriza-se como manso e pacífico. Por ser manso,
recusa-se terminantemente a recorrer à violência. Por ser pacífico, tudo faz
para que os laços com o próximo não sejam rompidos. Mesmo à custa de gestos
paradoxais! – Espírito de mansidão, torna-me capaz de não deixar levar pelo
desejo de vingança, diante da violência, e sim, de agir conforme o ensinamento
de Jesus” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite