(At 5,27-33; Sl 33[34]; Jo 3,31-36) 3ª Semana da Páscoa.
“Jesus respondeu: ‘Em verdade, em
verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais,
mas porque comestes pão e ficastes
satisfeitos’” Jo 6,26.
“Não
foi fácil para Jesus levar o povo a estabelecer com ele um relacionamento
correto. Muitas vezes, seus gestos poderosos despertavam sentimentos
inoportunos, com os quais ele não estava de acordo. Jamais o Mestre se deixava
aliciar! A multiplicação dos pães prestou-se para mal-entendidos. Depois de ter
sido alimentada, a multidão foi, novamente no encalço de Jesus. Não por
reconhecer sua qualidade de enviado do Pai, mas por ter comido e se saciado,
interessada na repetição do milagre. No entanto, não interessava a Jesus ser
procurado na qualidade de milagreiro. Ele esperava ser reconhecido como Filho
do Homem, portador de um alimento especial para a humanidade, penhor da vida
divina. O seu era um pão diferente: ele próprio. A apropriação deste pão dar-se-ia
por meio da fé, ou seja, da adesão a Jesus. Ao aderir a ele, o discípulo afasta
de si tudo quanto gera morte, e assimila o dinamismo vital que o animava, cuja
fonte era o próprio Pai. Jesus estava interessado em saciar, em primeiro lugar,
não a fome física, mas uma outra muito mais fundamental. Saciado com o pão do
céu, o discípulo estaria apto para promover a partilha do pão material que
sacia a fome do povo. A fé em Jesus não se expressa num intimismo estéril. Pelo
contrário, ela deve ser expressa através de gestos, à semelhança daqueles
realizados por Jesus. Também o discípulo é chamado a multiplicar os pães. –
Espírito de adesão, transforma minha fé numa assimilação sincera da vida do
Ressuscitado, que me leve a transmitir esta mesma vida a quem está faminto de
Deus” (Pe.
Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] -
Paulinas).
Pe.
João Bosco Vieira Leite