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Segunda, 05 de maio de 2025

(At 5,27-33; Sl 33[34]; Jo 3,31-36) 3ª Semana da Páscoa.  

“Jesus respondeu: ‘Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais,

mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos’” Jo 6,26.

“Não foi fácil para Jesus levar o povo a estabelecer com ele um relacionamento correto. Muitas vezes, seus gestos poderosos despertavam sentimentos inoportunos, com os quais ele não estava de acordo. Jamais o Mestre se deixava aliciar! A multiplicação dos pães prestou-se para mal-entendidos. Depois de ter sido alimentada, a multidão foi, novamente no encalço de Jesus. Não por reconhecer sua qualidade de enviado do Pai, mas por ter comido e se saciado, interessada na repetição do milagre. No entanto, não interessava a Jesus ser procurado na qualidade de milagreiro. Ele esperava ser reconhecido como Filho do Homem, portador de um alimento especial para a humanidade, penhor da vida divina. O seu era um pão diferente: ele próprio. A apropriação deste pão dar-se-ia por meio da fé, ou seja, da adesão a Jesus. Ao aderir a ele, o discípulo afasta de si tudo quanto gera morte, e assimila o dinamismo vital que o animava, cuja fonte era o próprio Pai. Jesus estava interessado em saciar, em primeiro lugar, não a fome física, mas uma outra muito mais fundamental. Saciado com o pão do céu, o discípulo estaria apto para promover a partilha do pão material que sacia a fome do povo. A fé em Jesus não se expressa num intimismo estéril. Pelo contrário, ela deve ser expressa através de gestos, à semelhança daqueles realizados por Jesus. Também o discípulo é chamado a multiplicar os pães. – Espírito de adesão, transforma minha fé numa assimilação sincera da vida do Ressuscitado, que me leve a transmitir esta mesma vida a quem está faminto de Deus” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

Pe. João Bosco Vieira Leite