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Domingo de Páscoa – Ano C

(At 10,34.37-43; Sl 117[118]; Cl 3,1-4; Jo 20,1-9) *

1. Depois de celebrar a Semana Santa, o domingo de Páscoa chega como um raio de esperança. Vivemos de perto a morte de Jesus. E em sua morte fizemos memória de todas as nossas mortes. As mortes que vivemos no dia a dia em nós mesmos, em nossas famílias, no trabalho, na sociedade, no mundo.
2. A guerra e a injustiça são mortes. Mas também os são as enfermidades e os egoísmos, os rancores e os ódios que nos devoram por dentro e vão minando nossa vitalidade.
3. Tantas são as mortes que nos rodeiam que, às vezes, podemos chegar a pensar que não temos futuro e que não há saída. Parece que o ser humano se encontra irremediavelmente metido em um labirinto que não tem outra saída que não o desespero ou, o que dá no mesmo, a morte.  
4. Mas bem de madrugada algumas mulheres foram ao sepulcro em que Jesus havia sido enterrado e perceberam que a pedra que o fechava fora retirada.
5. Quando viram isso correram para avisar aos apóstolos. Pedro chegou e viu que Jesus não estava mais lá. E o que é mais importante: viram e acreditaram. A fé lhes fez ver muito mais do que viam seus olhos.
6. Onde outros não viam mais que um sepulcro vazio, eles descobriram outra realidade muito mais profunda: Jesus havia ressuscitado, o Pai lhe tinha devolvido a vida. A promessa da Ressurreição se fazia realidade em Jesus e esperança para toda humanidade.
7. Com esse último gesto de sua história, tudo aquilo que os apóstolos haviam vivido e aprendido com Jesus adquiria um significado novo. Agora a libertação esperada era muito mais profunda que a simples libertação política da dominação romana ou a chegada um reino judaico que igualasse ou superasse o de Salomão.
8. Se Jesus havia ressuscitado, então queria dizer que Deus nos tinha libertado da escravidão mais profunda: a escravidão da morte.
9. Na Páscoa e diante do sepulcro vazio, nós que acreditamos em Jesus compreendemos que em nossas vidas não há lugar para o desespero. Somos, de agora em diante, homens e mulheres de esperança. Sabemos, a partir da fé, que para Deus não há nenhum caso desesperado.
10. Por mais difíceis e ameaçadores que sejam nossos problemas, mantemos firme a esperança. E ainda que a morte nos chegue, sabemos que nem mesmo ela é definitiva. Porque Jesus ressuscitou.
11. A Ressurreição de Jesus nos compromete com a esperança. Chama-nos a trabalhar para criar esperança ao nosso redor. A fim de dá-la aos outros como nos é dada a luz no Círio Pascal que ilumina a nossa celebração. Defendemos a vida para todos porque o Deus de Jesus é o Deus da vida para todos.
12. E com nosso comportamento, dia a dia, vamos oferecendo vida e esperança para que ninguém, jamais, se sinta desesperado.
13. Senti-me alguma vez desesperado diante dos problemas que me cercavam? É a ressurreição de Jesus fonte de esperança em minha vida? Como transmito essa esperança de maneira concreta aos demais?
*Frei Fernando Torres

Pe. João Bosco Vieira Leite